quarta-feira, 26 de maio de 2010

POESIA DO SILVEIRA




NÃO QUERO MATEAR SOLITO

Autor: Clodinei Silveira Machado


(À minha mãe que me acompanha daqui

e ao meu pai que me acompanha de lá)


Nasci num berço de espinho

No fundo de uma restinga

Fui criado meio à mingua

Sem nunca ter um carinho


De noite, no meu sossego

Eu mateava no galpão

Mas, o potro solidão

Vinha mascar meus pelegos


Não quero matear solito

Quero estar acompanhado

Pois, com a china do lado

O mundo é bem mais bonito


Fui num baile 'de à capricho'

Troquei a cuia e a cambona

Pelo som de uma cordeona

E os arreios de um cambixo


Levei a china comigo

No lombo do meu tostado

Vou plantar e criar gado

Longe de qualquer perigo


E ao Nosso Senhor bendito

Patrão da Terra e do Céu

Com respeito, tiro o chapéu

E Lhe peço um piazito


Pra vir matear no galpão

Co'a velha cuia e cambona

Hoje, a solidão redomona

Não mora em meu coração

2 comentários:

  1. Buenacha esta poesia!!! Um tanto quanto nostálgica, porém repleta de atavismo!
    Parabéns ao Silveira!

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  2. Clodineiiii!Caraca meu!escreva-me!tu estás com a mesma carinha de 20 e tal!Se não fosse o Vanderlei,eu nunca tinha te encontrado!beijos,Vera
    A propósito, linda a poesia!A nostalgia,ou a melancolia, faz parte da alma daqueles que sabem sentir oque o tempo nos dá,saudade!

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