quinta-feira, 5 de julho de 2012

GABRIELA CRAVO E CANELA

Quando ninguém mais esperava algo de novo na pacata e tradicional cidade de Ilhéus, interior baiano, eis que surge o tsunami chamado Gabriela. Uma morena de olhar manso e andar “malemolente”, de fazer coronel, já com validade vencida, tremer nas bases e sentir vontades adormecidas serem acordadas em um susto, susto análogo ao susto da paternidade inesperada. Assim é a chegada do novo, do bom e do inusitado, no antes pacato povoado de Ilhéus. Mas afinal o que tem a ver essa novela da Globo com nossa vida aqui na aldeia? Sei lá! Quem sou eu para usar ganchos de uma obra perfeita do mestre Jorge Amado para tentar expor minhas opiniões. Por isso nem vou fazer paralelos e nem vou comparar o Mundinho Falcão com alguém que conheço, também nem vou lembrar o jornalista que busca patrocínio e apoia quem o patrocinar. Tem também o padre que apoia o desfile das quengas, uma vez que também tem interesse na chuva em sua lavoura de cacau, e tem também aquele que trata a mulher como objeto, mas passa as noites no Bataclâ entre tangos e charutos. “A falta d’água matou meu gado” (Luiz Gonzaga), mas trouxe também para nós a Gabriela, retirante, morena linda de olhos amendoados, corpo voluptuoso e sensualidade que faz surgir frêmitos sensuais até em adormecidos amantes. Mas outra vez me encontro em uma encruzilhada! Afinal quero terminar esse texto deixando alguma inquietação. Algo que faça o leitor pensar, tipo, o que o Machado quer dizer com esse imbróglio, envolvendo uma fictícia obra de um grande escritor brasileiro, e ao mesmo tempo insinuando semelhanças com o povo de nossa aldeia. Para alegria ou sentimento de meus poucos e selecionados seguidores, esse texto vai ficar inacabado; Pois ainda não encontrei o dentista que quer pegar a Sinhazinha, nem o coronel que mantém a “teùda e manteuda” e, tão pouco vou procurar assemelhar alguém com o comi-quieto do turco Nassib, que “pega” a Gabriela e a faz feliz. Esse texto foi feito para os anônimos deitarem e rolarem, portanto aproveitem, depois de lerem, deixem suas opiniões e me ajudem a fazer os paralelos, entre os personagens de Gabriela e os aldeões.

Um comentário:

  1. Não assisti nenhum capítulo da Gabriela, mas gostei da tua análise e enxerguei alguns personagens reais em tua descrição. Forte abraço, amigão!!

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